Segundo o ministro da Fazenda, é preciso aguardar os “desdobramentos” da eleição americana e, principalmente, os primeiros sinais que serão emitidos pelo futuro governo. Trump assume em janeiro de 2025
Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se manifestou por meio das redes sociais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), também comentou a vitória do republicano Donald Trump na disputa pela Presidência dos Estados Unidos.
Em conversa com jornalistas, na manhã desta quarta-feira (6), ao chegar ao Ministério da Fazenda, Haddad afirmou que há um clima de apreensão global após a confirmação do retorno de Trump à Casa Branca.
Segundo o ministro, entretanto, é preciso aguardar os “desdobramentos” da eleição americana e, principalmente, os primeiros sinais que serão emitidos pelo futuro governo. Trump assumirá o cargo em janeiro de 2025.
“Na campanha, foram ditas muitas coisas que causam apreensão não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Causam apreensão nos mercados emergentes, nos países endividados, na Europa… O dia amanheceu, no mundo, mais tenso, em função do que foi dito na campanha. Mas, entre o que foi dito e o que vai ser feito, as coisas às vezes não se traduzem da maneira como foram anunciadas”, disse Haddad.
Na entrevista, o ministro da Fazenda elogiou o tom do discurso de Trump a apoiadores, na madrugada desta quarta, antes mesmo da confirmação de sua vitória sobre a atual vice-presidente Kamala Harris, do Partido Democrata.
“O discurso pós-vitória oficiosa já é um discurso mais moderado do que o da campanha. Então, temos de aguardar um pouquinho e cuidar da nossa casa, cuidar do Brasil, cuidar das finanças, cuidar da economia, para [o Brasil] ser o menos afetado possível, qualquer que seja o cenário externo. Mas o cenário externo já vem sendo desafiador já há alguns meses”, ponderou Haddad.
“Vamos ver os desdobramentos do governo Trump a partir do ano que vem. Muito do que foi dito na campanha possivelmente vai ser moderado, vai ser mediado pela sociedade, apesar de a vitória ter sido também inequívoca no Parlamento, tanto no Senado quanto na Câmara”, prosseguiu o ministro da Fazenda.
Questionado se a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos pode impulsionar a extrema direita no Brasil e em outras partes do mundo – como ocorreu em 2016 –, Haddad disse que qualquer análise nesse sentido é precipitada.
“Você não tem um casamento de eleições entre Brasil e EUA. Não tem um automatismo. Existe um fenômeno de extrema direita crescente no mundo. Isso todos os analistas políticos, inclusive nos EUA, estão dizendo. Mas isso não é de agora, vem desde 2016”, concluiu.
fonte: Infomoney